segunda-feira, 29 de setembro de 2014

E se tratando do idoso...

Observando a faixa etária do público que chega a procurar a psicoterapia, podemos afirmar que os idosos estão em porcentagem mínima. Mas nos perguntamos, será que essas pessoas “desistem”? Ou não o colocamos como público-alvo?

Falando da teoria psicanalítica e sua aplicação, Freud nos fala que a Psicanálise fracassa com pessoas muito idosas, pois essas apresentam um acúmulo de material psíquico que demandaria um enorme tempo para se trabalhar e ao terminar já estariam em um período da vida que não se dá valor a saúde nervosa.

E talvez esse seja o ponto, o valor que é dado nessa faixa etária a saúde dita nervosa.
Alguns teóricos, ainda atualmente, consideram que a pessoa idosa tem algumas características que inviabilizam o tratamento. Porém percebemos e encaro que devemos colocar como alvo, as características que despertam a necessidade desses indivíduos em procurarem uma ajuda profissional. São várias as questões que surgem nessa idade, muitas vezes exclusão da própria sociedade, dificuldade de socialização, autoestima comprometida, lidar com limitações sociais, limitações do próprio corpo, dentre vários outros fatores. 

Na terceira idade, surgem várias dificuldades, entre elas a física, que acaba por limitar. Lendo Mucida (2004), entendemos que na velhice “o idoso se depara com um corpo fragmentado, despedaçado, corpo para morte”.

E muitas vezes o idoso se enxerga justamente dessa forma, esperando a morte. E a imagem que o outro transmite para esse sujeito, vai ser de fundamental importância para facilitar ou prejudicar o processo do envelhecer. Pois são inúmeras as possibilidades desse processo, dependendo da forma que é vista, que é vivenciada e encarada.

Percebemos claramente que a perspectiva da vida aumentou no decorrer do tempo. E “ser idoso na atualidade é deparar-se com as mais diversas formas de desamparo, uma vez que a lógica predominante é a do mercado.” “Valorizam-se as novidades, a juventude, a beleza, o inovador”. Com isso, dificulta o espaço para quem é velho.

 Mucida (2004) fala que a velhice é um período da vida que nos escancara o real da castração e a cultura em que vivemos atrela aos velhos significantes como improdutividade, inutilidade, morte. E lidar com tudo isso vai ser uma grande questão para esses sujeitos, a velhice conjugada a doença. Como escutamos falar, “é mal da idade”.

São as possibilidades de envelhecer e de encarar esse processo de forma positiva, que devemos mostrar a essas pessoas, independente do ambiente que estamos nos relacionando com eles.
O envelhecimento tem certa ambiguidade, pois o sujeito lida com perdas, seja ela física, social ou psicológica, mas vão adquirindo experiência ao longo de suas vidas, sendo impossível se conseguir, se não vivenciando-as.

É importante pensar que independente da idade do paciente, deve-se apostar nele enquanto sujeito capaz de se relacionar melhor consigo mesmo e com o outro, sendo indiferente o tempo de vida que lhe reste.

O que devemos observar e ter claro é que estamos falando do sujeito do inconsciente, o objeto de estudo da psicanálise, e este não chega a envelhecer. 
Katherine Albuquerque


Referências para posteriores leituras:


FREUD, Sigmund. (1898). A Sexualidade na Etiologia da Neurose. Obras Completas, ESB, v. III. Rio de Janeiro. Imago, 1976.

______________. (1912). A Dinâmica da Transferência. Obras Completas, ESB, v. XII. Rio de Janeiro. Imago, 1969.

MUCIDA, Angela. O Sujeito não envelhece: psicanálise e velhice. Belo Horizonte. Autêntica, 2004.

REIS FILHO, José Tiago dos; SANTOS, Gisela de Carvalho. O Desafio da Clínica Psicanalítica com Idosos. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p.45-55, 2007. 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Evento Duplo!

 Bom dia!

Próxima Terça-feira a Sociedade Psicanalítica do Recife  promove um encontro para falar de Psicanálise e Cultura às 20:00 horas. 

O tema proposto é: 

Sujeitos de Fronteira: Construções de identidade no discurso literário. 

Inscrições no local. O investimento é de  R$10,00. 

Endereço: R. Belarminio Carneiro, 249 - Madalena, Recife - PE, 50710-340
Telefone para maiores informações:(81) 3228-1756

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No mesmo dia o CPPL promove um debate sobre Autismo e medicações. Com o seguinte tema:

"O uso da Risperidona para o tratamento do Autismo."

A entrada é gratuita, porém as vagas são limitadas, o evento será no auditório da instituição. 

Endereço: Rua Cardel Arcoverde, 308 - Graças - Recife - PE. 
Telefone para contato e informações: 3423-5751 (Falar com Neide)




quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Roda de Conversa

Boa Tarde pessoal!

Próxima segunda-feira (29/09) o Espaço de Crescimento Humano realiza mais uma Roda de Conversa InterPsi. 
Com a proposta de acontecer sempre nas ultimas segundas-feiras do mês o encontro de setembro promete ser bem atrativo. 
O Tema é "Amor e Sexualidade: Velhas e novas configurações"

 As inscrições são feitas pelo e-mail espacovivercriativo@hotmail.com enviando seu nome completo, formação e telefones para contato.

 O investimento é simbólico, porém não menos importante:

1 item para limpeza pessoal (sabonete, creme dental ou escova dental) à ser doado para o AMAR (antigo Troca-troca de mães especiais Nordeste).

Infelizmente as vagas são limitadas. E Não confere certificado, mas o aprendizado é ímpar!



Congresso!

Gente bom dia!

Nesse fim de semana irá acontecer a XXVIII Jornada de Psicanálise através do Circulo Psicanalítico de Pernambuco.

Investimento: 

profissionais: R$260,00
Estudantes:R$130,00

Maiores informações:

Endereço: R. Des. Martins Pereira, 165 - Graças, Recife - PE, 52050-220
Telefone:(81) 3242-2353



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Psicoterapia infantil: vamos brincar?


Na idade média, a criança era vista como um adulto em miniatura, não havendo particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais para ela. A comunidade se ocupava de ensinar e socializar a criança. Tempos depois, a educação passa a ser prioritariamente realizada pela família e escola, e existe agora uma preocupação maior com as crianças e o estudo sobre elas. A psicologia se encarrega de produzir um discurso científico sobre a infância, estudando suas fases e comportamentos.

A psicoterapia do adulto surgiu bem antes da psicoterapia infantil e existem diferenças importantes entre elas. Muitos pais se perguntam se a terapia com seus filhos irá funcionar, pois imaginam que a criança ficará sentada na poltrona e o psicólogo irá conversar com ela. Na verdade, os objetivos e principalmente as técnicas utilizadas são próprias para crianças.

Mas então o que é a psicoterapia infantil? Também conhecida como ludoterapia, é a terapia através do brincar. Toda brincadeira tem um significado a ser explorado, além de ser a forma natural da criança vivenciar todos os acontecimentos do dia-a-dia e até compreender o mundo que a cerca. A melhor forma de entrar no mundo da criança é através da brincadeira.

O objetivo da ludoterapia é ajudar a criança a expressar mais facilmente seus conflitos e dificuldades, ajudando-a na integração e adaptação com o mundo a sua volta. Os brinquedos e jogos da criança tornam-se processos simbólicos cheios de sentidos e significações específicas de cada um. Através da brincadeira, a criança pode se libertar de sentimentos como insegurança, agressividade, medo e ciúme, pois o brincar é a linguagem da criança, é através dele que ela pode aprender, ganhar experiência, se desenvolver e exercitar sua criatividade.

Na psicoterapia infantil, o foco é a criança, mas os pais têm papel fundamental, pois são eles que podem proporcionar um ambiente diferente para a criança, ajudando na sua melhora. Além disto, os pais precisam ser ativos no decorrer do processo, tendo conversas com o psicólogo, recebendo orientações e buscando entender e mudar situações que acontecem no contexto familiar que podem estar gerando sofrimento para seu filho.

Mas não é toda e qualquer criança que precisa fazer psicoterapia. Os pais e a escola precisam ficar atentos ao comportamento destes pequeninos para identificarem alguma mudança que precise de mais atenção. Muitas crianças quando estão passando por conflitos emocionais, não sabem expressar isto verbalmente e modificam seu comportamento como um sinal, um pedido de ajuda, mostrando que algo não vai bem. Esta mudança pode ser sutil ou mais visível. Algumas delas ficam mais tímidas, deixam de brincar, ficam ansiosas ou agressivas. Outras tem medo de ficarem sozinhas e passam a estar sempre preocupadas com os pais ou irmãos.

Cada criança terá seu jeito próprio de expressar um pedido de ajuda. Sempre que suspeitarem que existe algo de diferente no comportamento dos filhos, os pais devem conversar com a criança, procurar o apoio da escola e ajuda profissional. Quando a melhor opção for a psicoterapia infantil, os pais devem explicar para a criança, usando uma linguagem simples, o que é a psicoterapia, para que ela não seja surpreendida.

Finalmente, é importante entendermos que o brincar não deve ser utilizado apenas na ludoterapia, como técnica de expressão de conflitos. O brincar é o trabalho da criança, uma forma de desenvolvimento e criatividade que deve ser usado em todas as situações possíveis, por crianças e também por adultos, na tentativa de auto-expressão, contato com os sentimentos ou simplesmente para rir dos outros e de si mesmo. 

Elaine Carneiro

Sugestões de leitura:

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Indicação de Livro: Crianças francesas não fazem manha

"Crianças francesas não fazem manha"
(Pamela Druckerman, 2013)

Sinopse
"Uma jornalista americana vivendo em Paris resolve investigar quais são as diferenças na criação das crianças francesas que fazem com que elas pareçam tão mais calmas e educadas que as crianças americanas. Nos anos em que vive em Paris, Pamela engravida e passa a criar seus próprios filhos com algumas das premissas francesas de educação infantil. Ali, ela se percebe dividida entre seus próprios conceitos e aqueles adotados por essa nova cultura da qual ela e a família passam a fazer parte."

Discussão

Muitas vezes não nos damos conta da importância da cultura em nossas vidas e no modo como nos comportamos e pensamos. É através da cultura que formamos nossas crenças, costumes, conhecimentos, moral e outras capacidades obtidas pelo homem enquanto ser social.

No livro, a jornalista Pamela Druckerman se aventura diante de um choque entre culturas, pois ela é americana e foi criada em uma sociedade com mais liberdade de expressão e talvez menos formalidade e organização. Seu marido é britânico e tem uma criação completamente diferente da dela. Ao se deparar com a oportunidade de morar na França, Pamela vai percebendo aos poucos um modo específico de educação - principalmente relacionado às crianças - bons costumes, desenvolvimento social, etiqueta e comportamentos diferenciados.

Uma diferença marcante para ela é a questão de alimentação, pois os franceses são muitas vezes rigorosos com horários e tipos de alimentos que podem ser utilizados, principalmente com as crianças. Mas tudo isto é realizado de forma natural, pois já está inserido na cultura dos parisienses. As crianças, por exemplo, se comportam bem, são educadas e fazem as refeições junto com seus pais. Geralmente comem verduras e legumes sem muitas queixas, diferentemente das crianças americanas, que adoram os famosos fast foods e fazem a maior bagunça na hora da alimentação. 

Apesar das diferenças culturais, os filhos de Pamela se adaptam bem à cultura francesa, e passam a ajudar ela e seu marido nesta adaptação, pois eles tem enraizadas as culturas de seus países de origem, e depois de anos morando na França, ainda mantém velhos costumes e estranham certos comportamentos dos franceses, pois estes têm um parâmetro diferenciado de educação. 

Como as crianças  estão em desenvolvimento constante, apreendem o máximo de estímulos que o ambiente lhes oferece e têm mais facilidade de adaptação, pois ainda não tem muitos esquemas mentais formados que precisem ser modificados, como é o caso dos adultos.

São várias as situações, costumes e comportamentos que divergem entre si e são estranhos na visão da jornalista, por serem histórias, pessoas e continentes completamente distintos. Ela pôde perceber que os pais franceses não castigam seus filhos, eles apenas os educam o tempo todo, desde muito cedo, para que os resultados sejam colhidos de forma natural.

O que importa é se debruçar sobre a interessante leitura de "Crianças francesas não fazem manha" sem a intenção de julgar qual a melhor cultura ou o país ideal para se viver, mas sim com respeito à diversidade. Assim, poderemos aproveitar os diferentes ângulos sobre criação dos filhos, qualidade de vida, educação e organização social.

Através de uma linguagem leve e divertida, o livro proporciona grandes lições que podem ser aprendidas, principalmente por pais e educadores. Então, boa leitura!!!


Elaine Carneiro

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Quem é o psicoterapeuta?


Psicoterapeuta não é necessariamente um psicólogo, mas alguém que tenha se especializado em psicoterapia, seja com formação em Psicologia ou Medicina, neste caso Psiquiatria. Portanto, nem todo psicólogo é psicoterapeuta, podendo este atuar em diversas áreas sem nunca exercer a função de “cuidar” do outro. Há ainda um leque imenso de tipos de terapia que buscam auxiliar no crescimento do sujeito, porém, isto seria assunto para outro texto! :)

Enquanto psicoterapeutas, temos que estar disponíveis para observar, ouvir e orientar o outro sempre que possível e cabível.  O sujeito que nos procura deposita em nós confiança e acredita que somos os mais aptos a lhe dar conselhos e resolver seus problemas, ainda que isto nem sempre seja viável. Ocupamos no imaginário das pessoas a função daquele que deve indicar o melhor caminho, no entanto é válido ressaltar que esse caminho será trilhado junto, lado a lado.

É importante frisar que estar disponível não diz de um horário, tempo ou espaço, mas de um investimento a fim de ouvir e reconhecer as estranhezas do outro, e desta forma poder contribuir para a construção do mesmo a partir de novas possibilidades e desdobramentos que permitam novas aberturas sobre sua história, porém respeitando os limites do paciente.

Ser psicoterapeuta é poder atender a demanda do indivíduo, estar disposto a acolher suas angústias, sentimentos e/ou pensamentos que talvez sejam insuportáveis para ele mesmo. Neste caso devemos encontrar a melhor maneira de dar sentido a isto e no momento certo devolvê-las ao paciente.

Por fim ser psicoterapeuta é compreender que Ouvir não é o mesmo que escutar; Olhar é diferente de ver; Simpatia não é o mesmo que empatia.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cursos para o fim de semana!

Bom dia!!!   

A FACHO juntamente com Centro de Estudos Freudianos do Recife - CEF, estão realizando nesse fim de semana um curso muito interessante sobre psicopatologia na infância e seus diagnósticos. Vale super a pena conferir!!!

As inscrições podem ser feitas através do Telefone da FACHO ou do CEF. 
Lembrando que as vagas são limitadas. 

Os valores para estudante é R$ 85,00 e profissionais R$160,00. 

No mesmo final de Semana a FAFIRE realizará uma palestra na área organizacional. 
O investimento é R$20,00 antecipado e R$25,00 no dia do Evento. 
Informações nos telefones (9912-1225 / 81312750).

Mais detalhes nos cartazes logo abaixo!



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Psicoterapia - O que é?


A psicoterapia é um recurso para lidar com as dificuldades da existência humana em todas as formas que o sofrimento pode assumir. É também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar, um tempo, um modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e abrir novos canais de comunicação e de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

Diferente do que se pensa, a psicoterapia pode vir a ter diversas configurações, bem como abordagens diferentes para públicos diferentes. O importante é que o sujeito se identifique com o processo e com o seu terapeuta de forma que juntos consigam estabelecer um trabalho construtivo.

Ela é acima de tudo um recurso de extrema importância, ainda que desvalorizada, para que o indivíduo possa aprender mais sobre si, superar uma perda, enfrentar uma doença ou lidar com seus conflitos internos e/ou externos. É um caminho que proporcionará o crescimento e amadurecimento humano podendo permitir mudanças de comportamentos ou padrões que geram sofrimento ao sujeito.

Utilizada de forma consciente e voluntária certamente irá trazer grandes benefícios e aprendizados para a vida toda, porém esse processo requer tempo e investimento de ambas as partes.


Michelle Souza 


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Curso sobre Autismo

A Bennu: Cursos e Vivências, está oferecendo um curso  bem interessante sobre O Lugar do Autismo na Contemporaneidade.
As vagas são limitadas e tem custo de R$50, estudante e R$100, profissionais da área. 
Carga Horária de 8hs. 

Os convidados para ministrar o curso foram Miguel Pinheiro Gomes e Letícia Rezende, ambos do CPPL aqui de Recife.

O curso acontecerá em Garanhuns no dia 13 de setembro e as inscrições poderá ser feita através do e-mail:  bennucv@gmail.com :)

Dúvidas através do telefone: 
(87) 96376071 - Eglailza Sobral / (81) 97830850 - Rosario Câmara







Primeiros Passos

Olá pessoal,


É com muito prazer que estamos dando início ao nosso projeto e esperamos somar com mais este espaço para a psicologia, agregando conhecimento.

Desde a nossa graduação, existia uma inquietação em relação a debates e trocas no mundo psi, que envolvessem questões atuais, com embasamento teórico de qualidade. Após a formação, estas inquietações continuaram, e decidimos compartilhar este espaço de renovação e inspiração com todos vocês que têm interesse na área. 

Somos quatro psicólogos que buscam refletir e questionar assuntos do cotidiano, além de questões teóricas e clínicas referentes à psicologia.

Nosso objetivo é possibilitar um ambiente de trocas com seriedade e comprometimento, além de qualidade e sensibilidade, fazendo deste projeto um porto seguro ético para os que dele desejam usufruir.

Pretendemos colaborar com textos, documentários, indicações de filmes, artigos, sugestões culturais, eventos de psicologia, cursos, entre outros.

E como o próprio nome diz, vamos ter e receber as particularidades de cada um, respeitando toda singularidade, pois temos um Infinito Particular!

Sejam Bem Vindos!