quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Indicação de Livro: Crianças francesas não fazem manha

"Crianças francesas não fazem manha"
(Pamela Druckerman, 2013)

Sinopse
"Uma jornalista americana vivendo em Paris resolve investigar quais são as diferenças na criação das crianças francesas que fazem com que elas pareçam tão mais calmas e educadas que as crianças americanas. Nos anos em que vive em Paris, Pamela engravida e passa a criar seus próprios filhos com algumas das premissas francesas de educação infantil. Ali, ela se percebe dividida entre seus próprios conceitos e aqueles adotados por essa nova cultura da qual ela e a família passam a fazer parte."

Discussão

Muitas vezes não nos damos conta da importância da cultura em nossas vidas e no modo como nos comportamos e pensamos. É através da cultura que formamos nossas crenças, costumes, conhecimentos, moral e outras capacidades obtidas pelo homem enquanto ser social.

No livro, a jornalista Pamela Druckerman se aventura diante de um choque entre culturas, pois ela é americana e foi criada em uma sociedade com mais liberdade de expressão e talvez menos formalidade e organização. Seu marido é britânico e tem uma criação completamente diferente da dela. Ao se deparar com a oportunidade de morar na França, Pamela vai percebendo aos poucos um modo específico de educação - principalmente relacionado às crianças - bons costumes, desenvolvimento social, etiqueta e comportamentos diferenciados.

Uma diferença marcante para ela é a questão de alimentação, pois os franceses são muitas vezes rigorosos com horários e tipos de alimentos que podem ser utilizados, principalmente com as crianças. Mas tudo isto é realizado de forma natural, pois já está inserido na cultura dos parisienses. As crianças, por exemplo, se comportam bem, são educadas e fazem as refeições junto com seus pais. Geralmente comem verduras e legumes sem muitas queixas, diferentemente das crianças americanas, que adoram os famosos fast foods e fazem a maior bagunça na hora da alimentação. 

Apesar das diferenças culturais, os filhos de Pamela se adaptam bem à cultura francesa, e passam a ajudar ela e seu marido nesta adaptação, pois eles tem enraizadas as culturas de seus países de origem, e depois de anos morando na França, ainda mantém velhos costumes e estranham certos comportamentos dos franceses, pois estes têm um parâmetro diferenciado de educação. 

Como as crianças  estão em desenvolvimento constante, apreendem o máximo de estímulos que o ambiente lhes oferece e têm mais facilidade de adaptação, pois ainda não tem muitos esquemas mentais formados que precisem ser modificados, como é o caso dos adultos.

São várias as situações, costumes e comportamentos que divergem entre si e são estranhos na visão da jornalista, por serem histórias, pessoas e continentes completamente distintos. Ela pôde perceber que os pais franceses não castigam seus filhos, eles apenas os educam o tempo todo, desde muito cedo, para que os resultados sejam colhidos de forma natural.

O que importa é se debruçar sobre a interessante leitura de "Crianças francesas não fazem manha" sem a intenção de julgar qual a melhor cultura ou o país ideal para se viver, mas sim com respeito à diversidade. Assim, poderemos aproveitar os diferentes ângulos sobre criação dos filhos, qualidade de vida, educação e organização social.

Através de uma linguagem leve e divertida, o livro proporciona grandes lições que podem ser aprendidas, principalmente por pais e educadores. Então, boa leitura!!!


Elaine Carneiro