quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Drogas e Cidadania


O Conselho Federal de Psicologia tem um projeto muito interessante e pertinente sobre o tema: Drogas e Cidadania. 

Mais que isso o Conselho desenvolveu uma página na web que oferece além de textos importantes sobre o tema tem também vídeos esclarecedores a cerca do assunto propondo reflexões sobre esse universo que ainda carrega muitos mitos e preconceitos. 

Segue o link para você conferir e se informar sobre Drogas e Cidadania


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Roda de Diálogos!

Hoje tem Roda de Diálogos no CRP 2º região :)

O Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região convida você para participar da Roda de Diálogo para que possamos conhecer a sua prática profissional e orientá-lo a exercer a sua profissão dentro dos parâmetros que regulamentam a Psicologia. Confirme a sua presença através do e-mail eventos@crppe.org.br.
Participe e dê a sua contribuição!
Tema: Psicologia Social

Data: 28 de outubro de 2014
Horário: 19h

Local: Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região – Rua Afonso Pena, 475. Santo Amaro. Recife. PE. (81) 2119-7272

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ritalina: você não é o que parece

A ritalina é a apresentação comercial do Metilfenidato, substância química aplicada como fármaco, estimulante do sistema nervoso central, utilizada em sua maioria no tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
O TDAH é considerado um transtorno neurobiológico que aparece geralmente na infância, sendo caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
O medicamento se popularizou no tratamento de crianças com TDAH, ganhando a atenção da mídia e ampliando rapidamente sua divulgação. Há um grande interesse da indústria farmacêutica em divulgar resultados e vender seu produto, a ritalina, como medicamento adequado para conter os sintomas do TDAH, mascarando muitas vezes os efeitos colaterais da droga. Com isto, o diagnóstico em crianças e adolescentes teve um aumento epidêmico nos últimos anos.
Além do mecanismo de ação da ritalina ainda não ser bem elucidado, está havendo uma enorme preocupação dos profissionais de saúde quanto à massificação do uso de substâncias psicoativas, principalmente em crianças na primeira infância, causando exposição muitas vezes desnecessária à riscos provocados pelo medicamento.
Os possíveis efeitos colaterais do uso medicamento são inúmeros. Os mais comuns são insônia, diminuição do apetite e nervosismo, além de dores de cabeça, irritabilidade, alterações de humor , tontura, dor de estômago, taquicardia e inquietação. Na própria bula as contra-indicações se referem a sintomas como ansiedade e agitação, sintomas estes que estão quase sempre presentes na TDAH. 
Consultando a bula do medicamento, pode-se observar que a ritalina não deve ser utilizada em crianças com menos de seis anos de idade e que o tratamento com a droga não deve ser indicado para todos os casos de TDAH, mas sim em casos específicos que justifiquem o uso da ritalina, o que não acontece atualmente. O uso crônico da substância pode levar à tolerância acentuada e dependência psicológica com graus variados de alterações comportamentais. 
Apesar de conter alguns sintomas da criança e aliviar momentaneamente os pais devido à preocupação em relação ao comportamento dos filhos, precisamos pensar se realmente vale a pena utilizarmos a ritalina como uma das formas de tratamento para o TDAH.
Esta reflexão não se propõe a ir de encontro ao uso da medicação, pois se reconhece a importância dos medicamentos no cuidado da saúde física e psíquica de crianças e adultos, como complemento à outras formas de tratamento. O que devemos questionar é a produção de patologias, categorizações e a excessiva medicação nas crianças, diante da sociedade imediatista e repressora que estamos presenciando. 
A vida contemporânea exige muito das crianças, impedindo-as muitas vezes de se expressar ou até mesmo de terem um tempo ocioso-criativo para serem simplesmente crianças. As atividades e atribuições colocadas para elas atualmente são muitas vezes excessivas, criando-se expectativas desmedidas e futuros fracassos.
Está havendo uma patologização da experiência humana, onde criança não pode mais ser distraída, quieta, sapeca ou sem limites, pois estes comportamentos são encarados por pais e profissionais da educação e da saúde como inapropriados e desviantes, fazendo assim uso da medicação para controlar estes comportamentos e adequar socialmente a criança. 
O uso da ritalina, de acordo com uma pesquisa do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aumentou 775% em dez anos no Brasil. Este é um dado alarmante que precisa ser visto e estudado, pois o futuro das crianças está em nossas mãos, e nelas está uma pílula mágica que promete milagres.

O diagnóstico rápido, superficial e abrangente do TDAH e o tratamento com a ritalina parecem ter se tornado o caminho mais fácil e rápido para resolver vários problemas da infância, mas é importante que pensemos quais os efeitos deste tipo de tratamento e que sociedade estamos por produzir diante de tantas restrições.
Elaine Carneiro 
Referências:

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Por uma clínica menos tradicional

A clínica psicológica é compreendida como um lugar de produção de saber e da prática do psicólogo. Originalmente herdou o modelo clínico da medicina, onde cabia ao profissional primeiramente observar e compreender, para posteriormente intervir, tratar, curar. Tratava-se, portanto, de uma prática higienista.

Desse modo, por um bom tempo a psicologia clínica esteve atrelada a um estilo tradicional, limitado e individualista, e consequentemente longe dos campos sociais.
Com o surgimento da psicanálise e a proposta de uma abordagem fundamentada na escuta, a pratica clínica passa a estar vinculada à demanda do sujeito, e não necessariamente a uma patologia. 

Por mais que o individualismo tenha sido necessário para que a psicologia conseguisse o status de ciência, ele se mostra como um grande obstáculo na atualidade, justamente por limitar o psicólogo ao modelo tradicional da clínica, onde este fica restrito aos limites físicos do consultório.

Acontece que cada vez mais existe a necessidade de expandir os limites da clínica fazendo com que ela se debruce sobre o social, que vá ao encontro do outro, e não apenas espere que este o procure. Permanecer em um modelo tradicional é negar, a um grande número sujeitos, a possibilidade de acolhimento, de escuta do sofrimento e até mesmo de uma nova posição subjetiva frente ao sofrimento.

De acordo com uma pesquisa realizada no Brasil pelo conselho Federal de psicologia, o que está fazendo com que os psicólogos saiam da clínica tradicional é a alta demanda da sociedade em diversos setores, como saúde publica, hospitais, ambulatórios gerais e psiquiátricos, unidades básicas de saúde, organizações, escolas e comunidades.

Em contrapartida, tem-se observado que por mais que as áreas de atuação do psicólogo tenham aumentado, a forma como o trabalho tem sido feito ainda está associada ao modelo clínico clássico. Isto provavelmente se dá pela forte tradição da psicologia e ausência de recursos para capacitação dos profissionais, além da falta de atualização das disciplinas que contemplem essa temática na graduação e em cursos de especialização de forma mais ampliada.


A clínica se constitui na relação com o outro, ser social. É preciso que o psicólogo vá ao encontro das subjetividades onde elas se manifestam, firmando a cada dia seu compromisso social. Os limites da clínica estão antes de tudo vinculados à possibilidade de realizar uma escuta e um acolhimento de qualidade, que ao local em que esta se dá. Trata-se muito mais de uma ética do cuidado, do que de referenciais tradicionais fechados que reduzem as potencialidades da clínica.

Leonardo Vasconcelos 
Referências:

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Oficina Avaliação Psicológica

O conselho Regional de Psicologia em parceria com a FAFIRE realizará uma oficina de Avaliação Psicológica voltada para a elaboração de laudos e parecer.

Professor responsável: Leopoldo Barbosa. 

Carga Horária: 15 horas /aulas.
Investimento: R$ 200,00
Local: FAFIRE
Data: 31 de outubro e 01 de novembro
Inscrições via depósito bancário no período de 15 a 28 de outubro. 
Banco do Brasil 
Agência: 1850-3 Conta corrente: 21462-0

Participe! Amplie seu conhecimento :)


Roda de Diálogos!

Próxima terça acontece mais uma roda de Diálogos promovida pelo CRP 2ª região. 


"O Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região convida você para participar da Roda de Diálogo para que possamos conhecer a sua prática profissional e orientá-lo a exercer a sua profissão dentro dos parâmetros que regulamentam a Psicologia. Confirme a sua presença através do e-mail eventos@crppe.org.br."


Essa semana o tema é Psicologia Jurídica. 

Data: 21 de outubro de 2014
Horário: 19h
Local: Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região – Rua Afonso Pena, 475. Santo Amaro. Recife. PE. (81) 2119-7272

Participe!!!


O Conselho regional de Psicologia convida todo os interessados!
Dia 30 de Outubro as 18h30. 
No auditório do próprio CRP de Pernambuco!



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Infância: "não quero diagnóstico, quero ser criança"

Todos nós sabemos que a infância é uma fase do desenvolvimento muito importante e que merece atenção especial dos pais e profissionais da saúde, pois é nela que a criança inicia o conhecimento do mundo ao seu redor e começa a formar sua personalidade e construir sua subjetividade.

Neste período percebemos muitas mudanças significativas no corpo e na mente das crianças, mas sabemos que cada criança terá seu tempo de maturação física e psíquica, e que esta diferença precisa ser respeitada. Algumas crianças começam a andar e falar antes do primeiro ano de vida, outras demorarão um pouco mais. Também existem crianças que apesar de certa dificuldade no desenvolvimento do campo motor e da fala, conseguem por outro lado perceber muito facilmente as coisas e se expressar de outras formas, mostrando que têm um excelente desenvolvimento em suas funções mentais e psíquicas.

Além da predisposição inata da criança para seu desenvolvimento, o ambiente tem papel fundamental neste percurso. Se as pessoas que estão ao redor da criança, como mãe, pai, avó, tios e babá, oferecerem estímulos para a criança, ela se desenvolverá com mais facilidade. Por outro lado, se a criança for estimulada em excesso ou não for estimulada, poderá desenvolver problemas para o futuro.

O que está acontecendo atualmente é o fato de que a infância está sendo muito mais visada por estudos e pesquisas, e esta diferença entre as crianças e seu tempo próprio de desenvolvimento estão se tornando objeto de preocupação por parte dos profissionais da área de saúde, principalmente médicos - pediatras, neuropediatras e psiquiatras infantis.

Com o surgimento do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), que já está em sua quinta edição, novos procedimentos diagnósticos aparecem como referência, e a medicação passa a ser utilizada como forma prioritária de intervenção terapêutica na atualidade, associada a procedimentos diagnósticos descritivos.

Qualquer diferença mais acentuada entre uma criança e outra já é motivo de alarde para que se tome uma providência e não se permita um atraso no desenvolvimento da criança.

Os pais tem suas preocupações com o desenvolvimento dos filhos, e quando buscam um médico na tentativa de entender o que está acontecendo, deparam-se muitas vezes com diagnósticos taxativos de transtornos e síndromes que passam a representar o sujeito. Nestes casos, a psicopatologia transforma-se numa etiqueta que acompanhará a criança para o resto de sua vida, a impedindo de ser sujeito e construtor de sua própria identidade.

Está havendo na psiquiatria contemporânea uma certa naturalização do fenômeno humano e uma subordinação do sujeito à bioquímica cerebral, somente regulável pelo uso de remédios. Na lógica de construção diagnóstica, o remédio participa da nomeação do transtorno.

O uso indiscriminado do DSM permite e provoca diagnósticos padronizados, uma clínica centrada no diagnóstico e a redução de um sujeito a um transtorno com sinais e sintomas previstos.

É necessário entender que o diagnóstico tem incidência direta na vida dos pais e no modo de lidar com seus filhos, além de atingir diretamente a subjetividade da criança. Não é uma questão de extinguir o diagnóstico, pois ele é de extrema importância para o tratamento e cuidado da criança em sofrimento. O que se pode fazer é entender o diagnóstico inserido em um contexto, onde sinais e sintomas são singulares em cada indivíduo, sendo apenas um sinal de alerta, um pedido simbólico de cuidado.

A medicalização - ato indiscriminado de medicar fenômenos puramente humanos, inclusive infantis - está tomando proporções alarmantes na sociedade contemporânea, onde os transtornos são explicados através da questão orgânica e as entidades psicopatológicas são usadas como consistentes descrições de si e do outro.

Assim, nós profissionais da área psi, precisamos nos dar conta do que está por vir com esta enxurrada de diagnósticos e medicalizações, principalmente na infância, e atuarmos de forma ética na tentativa de flexibilizar a normatividade, entendermos o sentido do sintoma para a vida de cada sujeito e desconstruirmos a ideia de diagnóstico como marca identitária.

A psicanálise surge como uma ferramenta de resistência, um saber que produz teorias sobre o singular e que oferece alternativas discursivas para a patologia, livres da normalização, diferenciando a perspectiva do cuidado da perspectiva de cura.

Se pensarmos que os diagnósticos, as medicações e o DSM são instrumentos de uma clínica psicodinâmica, poderemos avançar de forma plural e ética no sentido de ampliarmos as possibilidades para este sujeito e sua família. A criança precisa de um investimento psíquico dos que estão a sua volta e ter seu tempo respeitado para que possa se desenvolver.

Se conseguirmos cuidar a tempo do que não vai bem, de forma sutil e acolhedora, longe dos rótulos de um diagnóstico pautado em classificações maciças, poderemos oferecer uma gama de possibilidades de desenvolvimento para esta criança, respeitando sua singularidade e permitindo seu surgimento enquanto sujeito. 

Elaine Carneiro 
Referências e sugestões de leitura:

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Palestra!

O PsiEsporte é um grupo de profissionais voltados para a área da Psicologia Esportiva aqui em Recife. O grupo tem o objetivo de promover e disseminar conhecimento a certa do mundo psi e sua interação com o esporte. 

Em função disto dia 18 de outubro estarão realizando uma palestra sobre o trabalho multidisciplinar que tem como foco estudantes e profissionais de diversas áreas, entre elas a Psicologia. 

A inscrição poderá ser realizada no próprio site do evento.
O custo da palestra é de apenas R$ 10,00 e confere certificado!
Endereço: Rua Joaquim Nabuco, 778. Auditório Capiba do bloco Capunga da Uniassau. 



Indicação de Livro: "Mania de Explicação"

"Mania de Explicação"
(Adriana Falcão, 2013)
O livro aborda de forma sensível e bem humorada a inocência da criança na descoberta do mundo ao seu redor. Trata-se de uma menina muito esperta que adora inventar e imaginar explicações para as coisas complicadas que não tem explicação. Parece confuso? Então deixe-me tentar explicar...

"Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra."

A menina achava o mundo do lado de fora um pouquinho complicado, então tentava simplificar o mundo dentro da sua cabeça.  Apesar de saber que existem várias formas de entender o mundo, ela tentava encontrar um jeito que ele ficasse mais bonito.

É um texto ilustrado, bem colorido e interessante. As crianças, em certa fase do desenvolvimento, gostam de saber o porquê de tudo, pois é através destas explicações que elas poderão conhecer um pouco mais do mundo que as cerca.

O livro é para crianças, adolescentes, adultos e idosos, pois todos nós sempre teremos dúvida sobre algo e buscaremos uma explicação.

Ficou ansioso para conhecer o livro?

"Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja."

Boa leitura!

Elaine Carneiro

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Roda de Diálogos Psi

Amanhã acontecerá mais uma roda de diálogos Psi promovido pelo Conselho Regional de  Psicologia. 

"O Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região convida você para participar da Roda de Diálogo para que possamos conhecer a sua prática profissional e orientá-lo a exercer a sua profissão dentro dos parâmetros que regulamentam a Psicologia. Confirme a sua presença através do e-mail eventos@crppe.org.br."

Participe!

Informações:

Data: 07 de OUTUBRO de 2014
Horário: 19h
Local: Conselho Regional de Psicologia da 2ª Região – Rua Afonso Pena, 475. Santo Amaro. Recife. PE. (81) 2119-7272

Depressão: Estamos tratando o sintoma ou a causa?




O CID 10 descreve a Depressão (F32 - F33) da seguinte forma: 

“Nos episódios típicos de cada um dos três graus de depressão: leve, moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma diminuição da auto-estima e da autoconfiança e freqüentemente idéias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos “somáticos”, por exemplo perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.”

Acho que várias pessoas conhecem alguém que está ou esteve com depressão, ou tem alguma história para contar, até mesmo pessoal. Mas o que me pergunto, será que hoje em dia não podemos mais ficar tristes? Vivenciar um luto? Ter dificuldade em lidar com uma perda, por exemplo, sem precisar se tornar um ser depressivo? 

O sujeito está passando por uma grande perda, vivenciando o luto. Passar por todo esse processo de encarar essa situação, não vai ser diferente para cada pessoa?

Algo que me assusta hoje em dia é a grande necessidade de classificação, todo dia surge um novo transtorno, cada um mais inusitado. Diagnosticar, diagnosticar... Classificar, classificar... De certa forma, ótimo! Estudos avançam, conhecimentos se constroem. Mas a minha preocupação é a possível consequência de tudo isso, perder nossa singularidade. O classificar para rotular, para se prender na sintomatologia e se perder o contexto pessoal, a individualidade.

No século XX a indústria farmacêutica cresceu significativamente e com ela a produção de antidepressivos. Várias propagandas e campanhas realizadas pelos laboratórios junto aos médicos, aumentam o diagnóstico da depressão. E tudo isso pode se caminhar por dois lados, o primeiro pode influenciar para uma melhor visualização do problema, aumentando o espaço para discussão em diversas áreas. Porém tem o outro lado, que vejo como negativo, passar uma imagem mais superficial. 

Não deixo de lado a importância do acompanhamento com referências biológicas e uso de fármacos, identificar os sintomas, porém não encaro como a solução da questão. Nem limitar em uma categoria nosológica, e sim buscar o que desenvolve esses processos, revelar o que levou a tal identificação. 

Atualmente somos seres em constante produção, cada vez mais brigando com o relógio, sujeitos produtivos, ativos, cobrados pela sociedade e por si próprio. Porém as vezes esquecemos que temos limites, que podem mexer com várias questões, como autoestima, a angústia, o medo, a frustração, dentre vários outros. Que não estou excluindo que podem sim, levar a depressão. Porém os sintomas podem desaparecer até com uma certa facilidade, mas e a causa deles?

Não podemos nos limitar a classificação, pois acredito que no tratamento da depressão deve ser ressaltado a singularidade do sujeito. Nem toda tristeza é depressão, nem todo luto precisa se tornar um quadro depressivo.

Katherine Albuquerque 

Referências:

MONTEIRO, Kátia Cristine Cavalcante and LAGE, Ana Maria Vieira. Depressão: uma 'psicopatolologia' classificada nos manuais de psiquiatria. Psicol. cienc. prof. [online]. 2007, vol.27, n.1, pp. 106-119. ISSN 1414-9893. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932007000100009.


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Palestra!



Boa Tarde!

Próxima segunda-feira o Círculo Psicanalítico de Pernambuco irá promover uma reunião científica para tratar do tema: Hannah Arendt e a questão da liberdade.

(Hannah Arendt foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX.)

Maiores informações no cartaz abaixo!


Um pouco de Poesia...

Depressão

(Luiz Angelo Vilela Tannus)

Dos mais profundos redutos da alma
No pensamento, grande inquietação,
Algo terrível nos retira a calma
Esta maldita dor é depressão.

A apatia é seu melhor sintoma
A indiferença, a amiga fiel;
A letargia leva a mente ao coma
E ofusca a luz, com seu escuro véu.

O mundo todo se torna cinzento
Prá que viver, se alegria não tem ?
As tentativas de encontrar alento
Terminam sempre em total desdém.

Os dias longos, mais parecem anos,
Sem uma luz prá iluminar a sorte;
Não raras vezes, momentos insanos,
Acreditamos ser melhor a morte...

Vamos Falar de Depressão?

Presente na historia da humanidade desde sempre, a Depressão é uma doença/ distúrbio que acomete todo o corpo, ainda sem causa definida é associada aos altos índices de morte por suicídio.

Caracterizada pela constante tristeza, apatia, sentimentos de dor e amargura pode muitas vezes ser confundida como apenas mais um sintoma ou ainda muitas vezes ignorada.

Mais adiante aprofundaremos o assunto, porém o importante aqui é frisar que independente de sua causa, ela precisa ser tratada e acompanhada de perto!


Michelle Souza