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homens e uma sentença
(Sidney Lumet,1957)
“Um jovem porto-riquenho
é acusado do brutal crime de ter matado o próprio pai. Quando ele vai a
julgamento, doze jurados se reúnem para decidir a sentença, levando em conta
que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. Onze dos
jurados têm plena certeza de que ele é culpado, e votam pela condenação, mas um
jurado acha que é melhor investigar mais para que a sentença seja correta. Para
isso ele terá que enfrentar diferentes interpretações dos fatos, e a má vontade
dos outros jurados, que só querem ir logo para suas casas.”
Impressões:
É interessante pensar que enquanto sujeitos com estrutura biologicamente iguais o nosso comportamento é fruto da interação com o meio e todas as relações sociais as quais experimentamos.
É interessante pensar que enquanto sujeitos com estrutura biologicamente iguais o nosso comportamento é fruto da interação com o meio e todas as relações sociais as quais experimentamos.
Diante
disto diversos fatores podem contribuir para que mudemos nosso comportamento,
valores e atitudes, a depender de como somos influenciados. No filme temos um
garoto acusado de matar seu pai, todo processo gira em torno de avaliar sua
postura, seus atos a fim de chegar a um veredicto. No entanto, sabendo que o
indivíduo é um ser intencional e criativo, que está em constante mutação
podendo assim mudar o processo cultural que o constitui, ou seja, nosso
comportamento antes de tudo também é mutável.
Pelo
relato dos júris notamos que o garoto em momento algum falou algo, ou seja,
toda conclusão ali tomada foi obtida através de informações concedidas pelos
advogados, logo, a sociedade, ali representada pelo júri, tem o poder de
condenar ou inocentar o garoto pela possível homicídio, tendo como fonte de
informação o que foi dito no tribunal, por outras pessoas a cerca dele.
Observamos
a junção de doze homens com culturas completamente diferentes a fim de
definirem o destino de um único homem com cultura tão diferente quanto à deles
entre si. É uma tarefa difícil, pois põem em xeque os próprios valores e a
forma como se analisa o outro a partir dos seus conceitos.
Sabemos
que as decisões tomadas em grupos são mais arriscadas que as tomadas
individualmente e uma das explicações para isso é que quando tomada em grupo
tem-se a responsabilidade daquela decisão dividida entre os membros. Se no
filme todos o julgassem-no culpado e ele fosse inocente a culpa seria de todos
e não de um apenas o mesmo seria o inverso, no entanto, a regra era que o
resultado fosse unânime e apenas um se opõe ao resto grupo levando-os a
seguinte situação: ou os onze o convencem do que o garoto é culpado ou ele
convence os onze a decidirem pela inocência do rapaz.
Precisamos
tomar decisões todos os dias, desde os exemplos mais fácies como a roupa que
vamos vestir a situações mais complexas como a escolha de uma profissão, constantemente
estamos julgando, processando e coletando informações que possam facilitar
nosso relacionamento com o meio social, temos necessidade de atribuir causas
aos fenômenos que observamos dar explicações possíveis para os eventos etc. e a
nossa cultura influencia inegavelmente cada um desses fatores.
O
filme por sua vez nos faz repensar sobre isso e a necessidade de aprendermos mais sobre nós mesmos antes de
julgar os outros, se conscientizar do que há por trás de nossas palavras,
atitudes, a maneira como lidamos com nossas responsabilidades sociais e
julgamentos.
Michelle Souza